Conferencista: Prof. Dr. Bruno Lima Rocha Beaklini – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Resumo: Os episódios da Comuna de Paris nos apontam lições e temas para debate que são mais que contemporâneos. Dentre as inúmeras angulações possíveis, destaco duas: o problema da soberania popular e por conseqüência, da democracia direta. Quando o povo da capital francesa se recusa a assinar o acordo de paz com a Prússia, afirma-se a vontade direta das maiorias por em cima de representantes e governantes de turno. A expressão desta soberania de vontades manifesta-se através de um ato de desobediência e do intento de instituir uma nova forma de lidar com os problemas do dia a dia e do bem comum. O momento da insurreição comuneira em Paris pode-se afirmar sem exageros que se consagra uma cultura política já centenária na cidade e com origens nas Jacqueries (levantes populares camponeses) anteriores. Não por acaso a “reforma” urbana dos grandes bulevares visavam aumentar o tráfego e a circulação como também impedir o hábito de barricadas e de controle popular – espontâneo ou não – das artérias centrais de uma cidade convulsionada.
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